Leite: produção em pequena propriedade familiar baiana tem aumentado consistentemente nos últimos anos

Acréscimo na produção foi possível graças a investimentos estratégicos, como a aquisição de matrizes bovinas, financiada por cooperativas de crédito

A produção de leite no Brasil é uma atividade econômica vital, especialmente no contexto da agricultura familiar, que é predominante no país. Com uma extensão territorial vasta e diversidade climática, o Brasil tem se consolidado como um dos maiores produtores de leite do mundo. No entanto, a trajetória de crescimento e os desafios enfrentados por pequenos e médios produtores revelam uma realidade de persistência, inovação e adaptação às mudanças do mercado.

Uma propriedade em Heliopólis, na Bahia, com uma área de seis hectares, exemplifica bem essa realidade. Focada exclusivamente na produção de leite, essa pequena propriedade familiar conta com 11 vacas em lactação, produzindo uma média de 200 litros de leite por dia. Segundo José Carlos Oliveira de Santana, que gere a propriedade junto com seu pai e irmão, os números de produção têm aumentado consistentemente nos últimos anos.

“Em 2018, nossa produção era de apenas 50 litros por dia. Isso foi antes de começarmos a investir em vacas de alta genética. Hoje, com 11 vacas, estamos produzindo 200 litros diariamente, o que mostra um crescimento significativo”, comenta José Carlos.

Esse aumento na produção foi possível graças a investimentos estratégicos, como a aquisição de matrizes bovinas, financiada pelo Sicredi. Com um aporte de R$ 76 mil, a intenção foi clara: aumentar o rebanho e, consequentemente, a produção de leite. “Conseguimos aumentar o rebanho em 50%, o que impactou diretamente na nossa capacidade de produção. Esse tipo de apoio financeiro é fundamental para pequenos produtores como nós, que buscamos crescer de forma sustentável”, explica.

José Carlos também destaca a importância da sucessão rural, onde os jovens permanecem na propriedade, mantendo as tradições familiares e contribuindo para a sustentabilidade da agricultura familiar. “Eu sempre estive aqui, auxiliando meu pai na gestão da propriedade. Trabalhar em família, fazer o que se gosta, é o que nos mantém firmes no campo. A sucessão é fundamental para manter as tradições e garantir que a atividade agrícola continue nas próximas gerações”, conclui.

Além disso, o cooperativismo tem desempenhado um papel crucial na vida dessa família. “O Sicredi nos auxiliou muito na compra de mais vacas, o que permitiu que nossa produção crescesse. O cooperativismo nos oferece um suporte que vai além do crédito, nos dá a segurança e o incentivo necessários para continuarmos investindo na propriedade”, afirma José Carlos.

A gestão da propriedade, sendo uma agricultura familiar, é compartilhada entre os membros da família, com as tarefas e rendas divididas proporcionalmente. Essa divisão não apenas facilita o manejo, mas também incentiva a continuidade da atividade agrícola, já que todos têm um papel ativo.