ITAIPU: empresa aposta em pesquisas e capacitações técnicas de conservação de solos e água

Ações são essenciais para garantir qualidade e quantidade com regularidade sazonal, da água que abastece o reservatório, além de estarem alinhadas à sustentabilidade

Aumentar a vida útil do reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu é uma missão da empresa que está intimamente ligada com a qualidade e conservação de solos e água nas bacias de contribuição do reservatório. Terraceamento agrícola e adequação de estradas rurais e urbanas são essenciais para prevenir a erosão do solo, o assoreamento, a contaminação e a poluição dos rios que abastecem o reservatório. 

Por isso, o programa Itaipu Mais que Energia aposta em colaboração com municípios, comunidades, propriedades privadas e outras partes interessadas. Alguns dos programas criados incluem a proteção e restauração de matas ciliares e nascentes, a formação de corredores ecológicos e a conservação de solos e água nas áreas de agricultura, pecuária e silvicultura, com importantes benefícios para as áreas de florestas nativas.  

E para atender todos os 399 municípios do Paraná e 35 do Mato Grosso do Sul, área de influência da Itaipu, são necessários, além de investimentos, técnicos capacitados e preparados para as mais diversas demandas. E os treinamentos são constantes e diversificados. 

Em agosto de 2024, por exemplo, profissionais de diversas áreas da Itaipu e do Itaipu Parquetec participaram de um curso interno, no escritório da Itaipu em Santa Helena (PR), ministrado pelo engenheiro agrônomo Hudson Lissoni Leonardo, da Divisão de Apoio Operacional da Binacional. A atividade reuniu engenheiros-agrônomos, florestais, civis e ambientais, geógrafos, administradores, técnicos agrícolas, florestais, em geomensura e em hidrologia, que ampliaram seus conhecimentos em dimensionamento de terraços em nível, em desnível e do canal escoadouro. 

Terraços agrícolas são obras hidráulicas construídas em direção transversal à declividade do terreno, formando obstáculos à enxurrada e reduzindo o comprimento de rampa para limites eficazes no controle da erosão e na otimização do uso da água na bacia hidrográfica. Além da parte teórica, os técnicos receberam treinamento em software especializado e utilizaram como estudo de caso uma propriedade rural da região para aplicar o que foi discutido durante a semana. 

A parte prática de elaboração de projetos de dimensionamento de terraços foi feita com o software “Terraço 4.1”, da Universidade Federal de Viçosa, utilizando dados da superfície do terreno obtidos com drone, que só foram possíveis devido a um protocolo metodológico desenvolvido pelo pesquisador Júlio Cézar Franchini, da Embrapa Soja. Esse protocolo é resultado de projeto da Embrapa, liderado pelo pesquisador e, em andamento no Programa Ação Integrada de Solo e Água (AISA), uma parceria entre Itaipu, Embrapa, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), IAPAR-EMATER, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (FAPED).

“A atividade envolve a análise de diferentes cenários de manejo de solo e a comparação de diversas metodologias de dimensionamento de terraços, adotando não apenas os procedimentos e parâmetros já disponíveis na literatura, mas também aqueles decorrentes dos resultados que vêm sendo obtidos pela Embrapa Soja. Essa abordagem prática permite aos participantes vivenciarem as etapas de um projeto real, desde a coleta de dados até a apresentação dos resultados, preparando-os para atuar de forma eficiente na área”, explicou o instrutor do curso, Hudson Lissoni Leonardo.

Sobre o AISA

O programa AISA (Ação Integrada de Solo e Água) é uma iniciativa da Itaipu Binacional em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e a ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo). O objetivo principal do programa é usar ciência e tecnologia para a conservação dos solos e água, para a produção de água com qualidade e com regularidade sazonal, a adequada rentabilidade dos sistemas de produção e com menor risco climático, tanto em períodos de escassez, quanto de excesso de chuvas. 

Uma das frentes de trabalho do AISA, é a realização de estudos detalhados sobre o efeito das boas e más práticas agropecuárias sobre a rentabilidade dos sistemas produtivos (grãos, leite, carne, fruticultura e hortaliças), sobre qualidade do solo, a erosão e a produção de água. E além desses, o programa também está realizando o mapeamento de solos e de atributos físicos e hídricos dos solos de toda a Área de Contribuição Hídrica Incremental do Reservatório da Itaipu nos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul, abrangendo 228 municípios. Os resultados destes estudos serão utilizados para aprimorar as previsões de vazões que chegam ao reservatório, a partir dos dados de chuva das bacias hidrográficas e, para a difusão de medidas preventivas que beneficiam a produção de energia hidrelétrica, a agricultura sustentável e toda a sociedade. 

A finalização dos trabalhos está prevista para dezembro de 2025.